quinta-feira, 26 de julho de 2012

Escritos Mórbidos de Volta à ativa!

É, eu sei, sou um tremendo preguiçoso. Mas vai por mim. É bonito, é cool, é cult e muitos outros adjetivos ter um Blog, mas dá um trabalho tremendo. Aconteceu muita coisa nesse ano que se passou, quase fiquei rico, quase morri, quase muitas coisas inclusive quase esqueci do EM. Mas foi apenas quase. Estou de volta, e quando volto, volto melhor, maior e mais bonitão (risos). O que importa é que venho compartilhar com você, leitor, o que mais interessa a vocês em mim: minhas opiniões, que modéstia a parte são o que de melhor e mais sincero vocês encontraram derivando de minha pessoa. O EM está de volta com uma abordagem mais política e ácida dos assuntos, vamos falar de tudo aqui, como sempre, mas acima de tudo fazendo sempre a crítica mais imparcial e construtiva possível. Mas não somos bonzinhos, não mesmo. Somos duros, e sabemos o que queremos quando digitamos em nossos teclados. Queremos a verdade, a sinceridade, e o debate das questões e se você também quer, seja bem vindo a nós. Queridos, sejam bem vindos ao ESCRITOS MÓRBIDOS.

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Mario Kart em um Corolla



Mario e seu magnífico Corolla de corrida comprado em 60 meses
                  Eu jogo o FPS (jogo de tiro em primeira pessoa) online Sudden Attack à cerca de um ano. Tenho 2 contas, e jogo de vez em quando. Não sou muito bom, mas também não passo vergonha. O jogo é muito bom, tem um bom engine, jogo por horas às vezes. Mas a melhor parte é o que eu pago para jogar: Zero. O game é 100% gratuito e sempre foi. Tem milhões de jogadores mundo a fora e vive de publicidade na janela de entrada do servidor, que se abre quando se clica no ícone do jogo.
                 É a prova que coisas legais não tem que necessariamente custar caro. Mas como a lei vigente diz que mais caro é "cool", é dos jogos, ou melhor, do software pago chamado de "payware" que vou falar hoje.
                As novas plataformas de jogos existentes são um primor em flexibilidade de público, porém os maiores consumidores da área ainda são jovens de 15 à 22 anos. Composto de compradores que tem em sua grande maioria a mesada como unica fonte de renda que podem administrar, dinheiro que dificilmente passa de 100 reais. Um game de terceira linha custa 70 reais, um de segunda 90, 100 reais. Grandes lançamentos giram em torno dos 160 reais. Um pirata custa entre 20 e 25 reais, e lideram de longe as vendas.
               Jogos são caros, na verdade informática em geral é algo que não está ao alcance da maioria dos brasileiros. Mas porque tão caro? É simples: a maioria dos componentes, softwares, acessórios, periféricos é importado ou tem componentes trazidos da "gringa", conseqüência da defasagem tecnológica da indústria brasileira. E os impostos sobre todos os produtos que não são tupiniquins mas porventura foram vendidos aqui na terra brasilis são altíssimos. O ministério da economia justifica as altas taxas impostas falando em política protecionista, dizendo que reter as importações valoriza a indústria interna. Balela. É só mais um artifício para mascarar o atraso das nossas leis tributárias.
               Mas nó ultimo sábado, dia 29/01/2011, lojistas paulistanos da área de acessórios de informática e games se mobilizaram numa atitude que escancarou a tributação exagerada e ridícula aplicada sobre a área. Os comerciantes venderam promocionalmente 3 lançamentos de jogos como se estes não pagasse impostos. Teve produto que ficou 70% mais barato.
               A lei brasileira considera jogos eletrônicos de destinação doméstica como sendo "jogos de azar", e para desencorajar a prática, aplica taxas acumulativas que podem chegar a 124% do valor bruto do mercado. Isso sem contar ainda o lucro de quem vende. Mas peraê. Jogos de azar são caça-níqueis, não o meu Pro-Evolution Soccer novinho! Afinal meu playstation foi comprado em 33 prestações porque é muito caro devido aos impostos, mas ele não usa fichas, é só ligado na tomada e numa tela que ele funciona! Como qualquer jogo que eu rode nele pode ser considerado de azar?
               É simples. A lei que reza que os tais jogos são de azar é o decreto-lei 6259 do código penal. Sabe de que ano? 1944. É simplesmente estarrecedor: uma lei de 60 anos comanda um segmento que só ganhou profusão no Brasil nos últimos 10 anos. É evidente a defasagem da legislação nesse caso. De forma que a lei deveria aplicar-se com o fechamento das lan-houses, por estarem desrespeitando a lei da ilegalidade dos bingos.
              Uma imagem de Brasil atrasado e ridiculamente preso ao passado, me vem inevitavelmente a cabeça quando penso nisso. Situação muito semelhante acontece com carros. Na década de 80, nos últimos anos da ditadura militar, para forçar a defasada e endividada indústria nacional a crescer, os "sargentinhos" não reduziram impostos. Não incentivaram investimentos. Não atraíram dólares para o Brasil. Porque quando a gente quer mostrar serviço sem fazer esforço, a gente ataca só a parte mais visível de um problema. Os militares então fecharam as importações da indústria pesada. Isso incluía maquinário, chapas de aço e carros.
              As montadoras brasileiras, sem ter onde produzir maquinário para modernizar seus produtos e sem poder também importar carros modernos não tiveram outra saída: continuaram produzindo veículos da década de 70 , levemente redesenhados, enquanto as matrizes americanas e européias resolviam o problema. Mas as matrizes também estavam em apuros: crises políticas e de petróleo levaram a indústria automobilística à loucura. Os carburadores (peças que servem para queimar a gasolina nos motores) foram substituídos por injeções eletrônicas, em nome da economia de combustível pelo mundo todo. No Brasil não: não havia tecnologia no país para produzir as peças da injeção, e importar tais peças era proibido. Em 1986 toda a linha de carros da Ford tinha injeção nos EUA, e boa parte dos modelos europeus tinham também. No Brasil, os carros Ford não tinham nem ar-condicionado nessa época, mas custavam quase o mesmo que um carro americano, por causa do custo altíssimo de produzilos com equipamento velho. Nesse meio tempo uma indústria automotiva muito forte se revelou. A japonesa, com destaque particularmente para uma marca. Uma marca que hoje é conhecida como Toyota.
               No final dos anos 80 haviam modelos japoneses para todos os gostos. Todos eles muito bons e baratos. Mas um deles era barato, econômico e bonito. Um carro popular perfeito: o Corolla. Conquistou os americanos com estilo agradável e economia de combustível. Os europeus, com facilidade de manutenção. Mas nunca foi vendido em lugar nenhum como carro de luxo. Sempre foi um pequeno carro para a família, oferecendo qualidade e segurança. Mas luxo, não.
                Em 1991 o viajado e escolado Fernado Collor assume o poder no Brasil. Com jeitão de nobre inglês, estudou no exterior. Andou nos carros de lá e queria vê-los aqui. O motorista brasileiro sabia que seu carro era defasado em relação aos lá de fora. E não aguentava mais saber que, segundo as palavras de Collor "o carro brasileiro é uma carroça". Trabalhar feito um animal pra ter uma carroça 0 km? Tá errado isso daí.
                Lembram daquele papo que eu disse, de quando a gente quer mostrar serviço sem esforço fazer só o que todo mundo vai ver? Pronto. Collor não incentivou as montadoras por carros mais econômicos e saudáveis para a economia. Em sua mente de playboy gastador, pobre tem que andar de carroça. E quem puder ter, que traga do exterior. Collor abriu as importações. E os importados vieram.
                Diversos modelos que lá fora eram vendidos como carros pequenos e médios chegaram ao Brasil como carrões de alto luxo. Rapidamente o Ford Taurus caiu nas graças dos empresários e latifundiários. Nos EUA ele era o preferido da policia e dos taxistas por ser barato.
                Muitos outros vieram. Os japoneses chegaram em 1994 com o Honda Accord, popular mais vendido dos EUA em 1989 e o venderam no Brasil como sedã de luxo, quatro vezes mais caro que uma unidade vendida no Texas. E em 1995 os brasileiros enlouqueceram ao ver as modernas linhas de um certo modelo que de tão vendido no exterior chegava a ser mais barato que certas motos. Acertou quem pensou no Toyota Corolla.
                Foi uma febre entre os ricaços. Se livraram rapidamente de seus Opalas e Tempras pelo japonesinho irado! Pagavam de bem dotados financeiramente e boçais com um carro feito para funcionários públicos lá fora. Bem a cara do brasileiro isso.
               O que deveria ser feito pra que vivêssemos nas condições que europeus e americanos vivem é principalmente a reforma no legislativo. O Brasil tem uma constituição feita às pressas, contraditória e que muitas vezes atrasa mais do que adianta em alguma coisa. Devemos mudar o que está errado, para que ao menos tenhamos futuro, para continuar sendo a terra do amanhã que nunca chega pois tenho medo do dia em que o futuro do Brasil chegar. Valeu por ler e txau!



KELVIN
          
        

segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Psicografia - Chico Xavier

O espiritismo é uma maldição contra a democracia espiritual. Isso explica a minha bissexualidade espiritual e, principalmente, injeva a Augusto dos Anjos. Confesso que meu corpo não fora uma mediunidade, uma casinha de espíritos, mas um prostíbulo.



DENIS SILVA

Cala boca Datena!



Um acidente lamentável aconteceu hoje no hospital do Mandaqui, região metropolitana de São Paulo. Uma garotinha de 1 ano de idade teve a ponta do dedo decepada acidentalmente por uma enfermeira, que usou uma tesoura para cortar a gaze que prendia uma mangueira de soro à mãozinha do bebê. Ela foi encaminhada à emergência do hospital paulista para primeiros socorros e passa bem. Está em observação agora.
Uma situação revoltante, muito triste, que denota o óbvio despreparo dos "profissionais" da saúde pública desse nosso querido país. A mobilização da acessoria de imprensa do hospital foi imediata em esclarecer o fato. O Hospital do Mandaqui é uma instituição modelo no caso de urgências médicas. Numa cidade como São Paulo, que tem um acidente de moto toda vez que alguém dá um espirro, uma emergência como essa é de suma importância.
Mas o fato é o seguinte: o dedinho cortado da pobre menina foi manchete como se tivessem sido cortadas as mãos, pés e demais membros da menina e tivessem sido feitos salsichinha deles. Vários jornais On e Off-line noticiaram o fato, estes com as descrições mais pitorescas e contradizíveis que você meu nobre leitor possa imaginar. Mas duas em especial me chamaram grande atenção. A do amador R7.com, site de notícias da Record, e do repórter mais atrapalhado e anti-jornalístico do Brasil, que sá do mundo: José Luiz Datena.
Vamos falar primeiro do R7, esse eu até perdoo, pois são extremamente amadores e queriam muito ser o ao menos organizado globo.com. A manchete está descrita na página (Link: http://noticias.r7.com/sao-paulo/noticias/pai-da-crianca-que-teve-dedo-amputado-diz-querer-justica-20110131.html) com uma linguagem aceitável, mas o legal é a frase: "A criança de um ano de idade está traumatizada com o fato." Apelativo, mostra o monstro que essa enfermeira é, que cortou o dedo da menina quase que de propósito. Não é bem assim.
Não consigo imaginar como pode um bebê de um ano, que nem deve saber andar ainda, ficar "traumatizado". Os pais estão. A família está. O hospital, a população está. Mas a menina está agora em uma maca, dormindo sem sedativos. Fica clara a apelação para o lado emocional do leitor, que revoltado vai acompanhar a manchete pelo site garantindo bons acessos. Boa jogada não? Não.
Mas pra piorar, existem piores. Como não podia deixar de ser "a notícia ao vivo" do Brasil Urgente e seu intrépido apresentador Datena expressou toda a revolta popular a respeito do caso ao pé da letra, colocando a voz popular em alto e bom som pelo paladino da justiça de 144kg, que adora chamar alguém de canalha.
Durante a manchate, Datena fez as costumeiras praguejações contra a enfermeira, contra o hospital, falou, falou e acabou dizendo o que todo mundo já sabe de cor: o mantra "O problema começa em Brasília". Mas o mais interessante ainda está por vir.
Foi veiculada durante o Brasil Urgente, no melhor estilo "Vale a pena ver de novo" uma gravação de uma entrevista exibida no programa da rádio Band que é comandado por Datena, o Manhã Bandeirantes, só audível em Sampa. O trecho mostrava uma ligação feita ao vivo com a diretora do hospital corta-dedos, e foi mais ou menos assim:

Datena: -"Estamos na linha com a diretora do Mandaqui, a Sra. Fulana, bom dia senhora fulana!"

Ao que a Diretora respondeu cordialmente: "-Bom dia Datena"

Datena prossegue: "-Doutora a senhora sabe que serão tomadas duras providências acerca desse erro treeeeeeemendo que foi cometido, etc, etc, etc, não sabe?"

A diretora: "-Sim Datena, elas já foram tomadas, a instituição abriu sindicâncias pra averiguar esse triste acidente, em que a porção superior do dedo mínimo da criança foi acidentalmente..."

Nesse momento a fúria postiça de 144kg de Datena foi disparada vigorosamente. Ele usou algo que ainda não o tinha visto usar, o oportunismo para acusar alguém que todos pensam ser culpado, mesmo que não seja de alguma coisa. Isso é para que se afirme como "comunicador forte" e garantir audiência. Afinal ele tem que fazer jus ao salário que ganha da emissora do Cine Band Privé. Interrompeu a médica aos berros dizendo:

"-Olha doutora, a senhora me desculpe mas não venha diminuir o peso dessa PALHAÇADA cometida por essa CANALHA dessa enfermeira. Porque isso se fosse com um neto meu eu quebrava esse hospital no meio! Eu batia em todo mundo! Porque quem escuta meus programas sabe que eu sou um cara grosso, bruto e sistemático! Que história é essa de "dedinho"? Dedinho é o cacete! Podia ser uma unha! Isso é um absurdo etc, etc, etc" (perceberam quantas vezes eu usei ETECÉTARA para falar de Datena?)

A médica, serena e firme explicou a situação sem deixar sombra de dúvidas que o hospital tinha ciência de sua responsabilidade, que ia encaminhar a garota aos devidos médicos para que não restassem traumas. Mostrou porque está no cargo que ocupa, diretora de um dos hospitais públicos mais organizados e movimentados de São Paulo, e que foi tema recentemente e por uma feliz coincidência, de um dos programas da Band: o Emergência 24 Horas, que enalteceu as qualidades do hospital como um dos mais organizados em matéria de urgência.
E veio mais uma demonstração de falta de jeito de Datena para com o jornalismo: se contradisse ao vivo. Após a explanação da diretora ele entrou mais uma vez triunfalmente na conversa e soltou essa:

"-Eu não estou aqui doutora, (longa pausa) para de alguma maneira denegrir a imagem do trabalho da senhora. Mas a administração de saúde desse país é uma PORRRRCARIA"

Dããã. Ele esqueceu que a entrevistada, (ou agredida, sei lá), É administradora de um hospital público, e dos bons! Tudo isso para que? Para se alto promulgar um cara "grosso, bruto e sistemático"! Isso para mim evidencia a falta de tino jornalístico desse matuto que fala "Currrrrva" e "Goverrrrrno" e que chama o Cmte. Hamilton só de Hamilton, porque pensa que a patente dele de âncora afundado é mais alta.
Eu não sei qual é o problema dele, talvez um desejo inevitável de imitar Alborghetti (se não conhece Alborghetti veja o vídeo nesse link, vale a pena!), talvez seja pressão da Band para que ele seja assim, talvez ele seja mesmo mal jornalista... O que eu sei é que a campanha "Cala Boca Galvão!" devia mudar, já que Galvão narra tudo com uma monotonia quase técnica, fala tão pouco ao meu ver, que por mim ele pode continuar falando. Vamos mandar a # no twitter pra alguém que realmente fala demais: #CalaBocaDatena! Obrigado e até amanhã!




KELVIN

Justin Bieber e o novo mundo.

Esta semana li em um renomado site de notícias que o google topics, serviço que mostra as buscas mais acessadas nos últimos 5 dias, apurou que o nome "Justin Bieber" superou o nome "Jesus Crhist" em número de buscas. Confesso que para mim não foi nenhuma surpresa saber disso, na verdade eu meio que já esperava pelo dia que isso ia acontecer.
Isso me fez pensar profundamente nos tempos que vivemos hoje. Vejam bem, não tenho religião, não cultuo à nenhum deus, mas acho absurdo que um ser humano, mesmo que fosse ele Jimmy Hendrix ou qualquer outra lenda do rock clássico desperte mais interesse nas pessoas do que o própio J.C. (Jesus Crhist).
Justin nasceu em Ontário, no Canadá. Hoje ele está com 17 anos. Suas músicas são infinitamente baixadas todos os dias por milhares de pessoas ao redor do globo, e é impossível dizer quantas cópias de álbuns dele estão hoje realmente circulando em Mp3 players e Ipod por aí afora. Toda essa idolatria tem uma unica explicação simples e direta: Justin faz sucesso porque representa uma nova geração fútil e alienada.
Ele não é talentoso. Não canta tão bem assim. Toca quatro instrumentos mas nunca o vi fazendo sucesso por conta disso: os singles de maior sucesso do garoto foram compostos com sintetizadores e programas de computador. A real história de Justin é bem mais simples e sem brilho do que muitos dos fãs pensam.
Até 2006 o garoto não tinha conquistado grandes coisas no mundo da música. Nesse ano ele ganhou segundo lugar em um concurso de canto local. Passou a postar vídeos no youtube, quando um produtor musical, Scooter Braun, que produzia o rapper Usher viu seus vídeos e o levou a assinar contrato com a Island Records, gravadora do meu querido U2.
Tudo muito bom, tudo muito bem. Se não fosse o fato de que as letras são vazias. As batidas eletrônicas são razoávelmente bem sintetizadas mas nada que justifique 80.000 cópias vendidas só em sua terra natal. O garoto é um tanto desafinado, voz muito fina, em certos momentos chegam a ser ridículas suas performances. Então como explicar seu estrondoso "sucesso"?
Justin, Restart, Nxzero, Charlie Brown Jr. são efeitos colaterais (ou não) do que houve com o mundo nos anos 60, 70. Nessa época as pessoas que faziam a música passaram a ser idolatradas como nunca antes tinham sido. Passou-se a se dar uma importância milionária à música, quando se descobriu a venda de discos em massa. Não sem antes descobrir a alienação do público. A incapacidade de distinguir o ruim do bom. O que havia naquela época, e de certa forma continha o processo, era a inocência.
Hoje a fama, a riqueza, o dinheiro, os "highlights" são praticamente prerrogativas para que muitas pessoas se sintam bem, e a inocência como uma palavra que descreve uma ambição moderada morreu. Justin faz sucesso por causa do mau do século XXI: a falta de assunto. A grande jogada de Scooter, seu produtor, foi pegar um garoto que cantava razoávelmente bem, adicionar uma consultoria de estilo que o vestiu, o penteou, e lançou no mercado da música singles, vídeos e performances que fizeram os jovens entediados em casa se imaginarem fazendo o que ele faz: sucesso na internet, sucesso com lindas meninas, sucesso com todo mundo. Justin na verdade é um placebo.
Vejo também o lado desse menino. Na entrevista concedida à Sabrina Sato, do Pânico na Tv (http://www.youtube.com/watch?v=qCcpQ73b3w8) ,justin foi extremamente pernóstico com a apresentadora, que apesar de boba é muito simpática. E assim ela o tratou: rindo o tempo todo, dizendo que ele era lindo, etc, etc, etc. O moleque a olhava com desprezo e antipatia, a olhava como se fosse levá-la pra cama depois da entrevista e ir embora, deixando-a chorando por ele. Você consegue ver isso nas atitudes dele. E isso dá dó. Ele só tem 17 anos, e o sucesso, o dinheiro que fizeram em cima de seu suposto "talento" o fez ter cabeça de 15 e dinheiro de Shaik do Bahrein com apenas 17 anos. De forma nenhum isso é saudável para a cabeça de uma criança, que a 5 anos atrás ganhou um segundo lugar num concurso de canto local. Uma legião de blogueiros mundo afora conseguem acessos criticando-o, fazendo piadas com ele. É acusado de ser afeminado, de ser burro, de milhões de coisas terríveis sendo não mais que uma criança. Justin é vítima do seu própio sucesso. E isso faz dele um triste retrato da realidade midiática do século 21: As pessoas estão preferindo ver a fazer. Lucrar a aproveitar. E isso me deixa muito triste. Até a próxima e obrigado por lerem!



KELVIN

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

A linguagem e a cultura: uma


O homem da pré-história, por não ter a linguagem em sua forma fonética e plena, gesticulava tanto, que criavam-se músculos e o diálogo parecia uma demonstração de desespero, um indizível apelo decorrente do analfabetismo. Entretanto, vivia-se livremente bárbaro, sem nenhum comprometimento com a moral, mesmo que esta se realizasse em orgias ou com muita carne. A ato de moralizar as coisas surgiu como uma interpretação de sentimentos e doenças patológicas( que veio do jardim do Eden) e da ignorância em ausentá-la ou tê-la, já que não podemos Ter nem Ser: somos uma máquina de perceber as coisas, e assim fragmentá-las o sentido.
Quando o homem criou a linguagem, ele descobriu uma coisa terrível dentro de si: a guerra do diálogo. Descobriu a falsificação do mundo, o sentido que ele nunca teve. O homem também se esforçou para suavizar o que hoje se vê prudentemente como uma civilização, cuja a essência é a dicotomia cultural, ou uma renúncia ao que nunca tivemos - A liberdade de mentir, falsificar, ser e desejar não ser. Até a nossa permissividade é calculada pelo instinto. Resta-nos a loucura, ou a nossa forma mais lúcida de olhar para o Rio de Janeiro e dizer - a política pré-histórica de nós todos, o pieguismo social de Arnaldo Jabosta e as novelinhas da Globo, as cariocas e suas entranhas - verdadeiras anestesias de massa cefálica. Enfim, resta-nos a linguagem - que foi algo que a gente roubou de Deus para se comunicar, para falsificar o sentido das coisas, para dizer aos traficantes que só existe um único mundo, embora os cientistas acreditem no universo. E eles nos retribuirão com um livro de carne e osso.

Inicialmente, gostaria de agradecer....

Produzir, para mim e para meu querido amigo Denis Silva, é o que faz a diferença entre ler a absorver. Eu leio, não escrevo, e rapidamente caio na passividade do dia a dia que a tantas coisas já atingiu... Não. Vou tomar uma providência como cidadão que sou e vou armar-me contra a falta de crítica. Falando menos sério, esta página servirá a todos aqueles que querem ler e escrever sobre o que leram e todos aqueles que querem escrever e que o escreveram seja lido


Mórbidos, pois somos desesperados. Desesperados pela desintegração da cultura literária, pela indisposição à leitura, pela depreciação do conhecimento. Queremos ser menos assim, e mais da forma como vocês verão.


Kelvin Felipe de Lima, Escritos mórbidos.